segunda-feira, 26 de março de 2012

Blade - A Lâmina do Imortal: Épico demais para um anime


Olá nobres aventureiros que vem mais uma vez ao encontro de nosso blog. Hoje, porém, não lhes venho falar de jogo algum, mas sim de um mangá chamado Blade of the immortal (Mugen No Juunin no original), ou como se chama aqui no Brasil, Blade – A Lâmina do Imortal.
A história gira, principalmente, entre dois personagens (na verdade três). O primeiro deles é Manji, que foi um samurai do governo. Durante algum tempo serviu pressionando e matando os que deviam impostos, se opunham ou geravam qualquer tipo de problema a vista de seu chefe. Certo dia, Manji começa a notar que muitas das vezes seus atos são atrozes, covardes e até mesquinhos e indignos das tão elevadas “regras” que os samurais dizem seguir. Tomado por indignação, assassina seu chefe dentro de seu próprio quartel, porém, ao consumar este ato, ele terá de matar seus 99 outros serviçais que lá estavam, e ele o faz. Assim sendo conhecido como o homem que matou cem samurais, além de muito procurado por este delito. Ao sair da batalha, estando tremendamente ferido, é ajudado por uma monja chamada Yoabikuni. Ela, por sua vez, cura Manji introduzindo vermes chamados kessenchu. Esses vermes usam o corpo humano como hospedeiro, e o curam de qualquer forma de ferimento, assim dando a Manji o dom da regeneração e da imortalidade. Coisa essa que não desejava, pois crê que deve pagar por suas ações cruéis, sendo assim o perdão divino (o qual não consegue) ou o suicídio, muito conhecido do código de honra (o qual também não consegue). Sendo assim diz a velha Yoabikuni, que ele estabeleceu uma meta de matar mil “malfeitores” para se redimir de seus pecados, e ela diz que após este objetivo ser cumprido os kessenchu sairão de seu corpo. Cruzando com a história de Manji esta a jovem Rin Asano (o segundo personagem principal). Ela vem do clã Anotsu (logicamente), cujo qual tem tradições enraizadas na cultura dos samurais, possuindo uma escola e um estilo de luta, sendo o Mutenichi-ryu . Sua família sobre um ataque do clã de uma colega do avô de Rin, da época em que os dois tentavam a graduação na Mutenichi-ryu, porém este foi expulso. Kagehisa Anotsu( o suposto terceiro personagem principal), neto deste colega do avô de Rin, lidera o ataque com o objetivo de vingar o seu avô (e sua família), e de propagar o seu novo escola e estilo de luta o Itto-ryu cuja segue a filosofia: “vencer é o verdadeiro caminho da espada".Sendo a única sobrevivente do ataque, Rin decide que Kagehisa é seu novo rival e sair em uma jornada para exterminá-lo e os homens da Itto-ryu. Para cumprir sua missão, pretende recrutar como aliado uma homem que dizem ter um corpo imortal, Manji.

            O incrível mangá de Hiroaki Samura possui violentíssimas batalhas em um clima extremamente medieval e oriental. Um mangá muito bem aceito desde seu início em 1994, além de muito bem avaliado pela critica, inclusive foi premiado em 1998 com o nono Media Arts Award.
Em 2008 foi feito um anime da série (o qual não me agradou muito), possuindo 13 episódios. Devido a sua curta duração, o anime comprime e resume alguns atos do mangá, além de não mostrar toda a história existente no mangá devido a sua extensão de episódios limitada. Mas há mais outras coisas que incomodam no anime em relação ao mangá, a maioria delas fruto (creio eu) da necessidade de minimizar a série. Uma é a aparição aleatória de personagens que só deveriam aparecer mais a frente na história, e que nem sequer fazem diferença aparecendo nessa altura dos acontecimentos. Depois vem a diminuição das lutas e das cenas fortes dos cortes e ferimentos causadas nelas, causando assim uma drástica queda na violência do anime, o que não faz sentido, pois um dos atrativos da série é a violência explicita (e excessiva) que ela traz. Também ocorre uma baixa na linha de referências ocidentais culturais, sendo no mangá muito mais salientada coisas como o nome das comidas, locais, o porquê de seus atos (segundo as tradições), o significado de alguns nomes próprios, além de explicações sobre o período histórico em que se encontra a história, o que torna o clima da trama mais autêntico e preserva o clima oriental. E falando em clima oriental, chegamos ao último elemento que não deveria ter sido esquecido, de certa forma, ele foi esquecido para que se pudesse fazer o anime; o traço das ilustrações. O mangá inteiro é feito com desenhos que parecem ter sido feitos a mão, sem auxílio ou reparo de computador algum. Assim, trazendo uma ideia de algo realmente antigo, me arrisco a dizer que passa até mesmo uma ideia de papiro, manuscritos ou de qualquer outro elemento que nos vele a conectar com a escrita arcaica.
Para mim, ele nunca deveria ter virado anime, pois (além dos motivos que cito acima) este foi um dos primeiros mangás que comprei e “completei” a coleção, sendo assim tenho uma relação muito grande com este título. Quanto mangá aqui no Brasil, ele foi lutando para não para de ser lançado, porém seu fim era eminente, como era visível a partir da imprecisa data de chegada as bancas que o mangá tinha, e também por ter alcançado o manga no Japão, o que não explica o porquê dele não, depois de quase cinco anos de recesso, não ter voltado. Aqui em nosso país, a saga de Manji termina em 2007 com 38 volumes publicados, possuindo até o ato (forma como o mangá é dividido) n° 127, ou seja, até mangá 19 da edição japonesa.

             Fiquei curioso quanto a isso e fui procurar se ele ainda estava sem publicações. Acabai por descobrir que ainda esta em processo, além de seus scans também estarem difíceis de encontrar em português. Porém, encontrei até o ato 132 em português o que corresponderia ao mangá 20 no Japão, mas não parei minha pesquisa. Agora atrás de scans em Inglês, descobri até o ato 184!Pois é, isso mesmo, ta sobrando material. Eu só consegui encontrar até ai, que é o fim do mangá 27. Não sei se há mais edições além das 27, mas se houver só até ai, e se estivesse sendo publicado no Brasil, já estaríamos no mangá n°54 (seguindo a lógica de que o mangá japonês é equivalente a duas edições nacionais).


Mesmo com essa triste parte, Blade – A Lâmina do Imortal é um mangá de muitas vendas no Brasil, além de estar na lista de mangás raros de se encontrar. Recomendo a que leiam essa história e que principalmente tente colecionar os mangás, particularmente acho fantástica a ideia de “fazer uma caçada” de mangás, mesmo que isso acaba me custando algum tempo. Despeço-me de vos com grande entusiasmo, assim como Sr. Anotsu em proliferar a sua Itto-ryu.





Que bons ventos os levem em sua jornada

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